Parece clichê, mas não é... A beleza está SIM na simplicidade, é fato!
Passei as últimas duas semanas muito angustiada e explico o porquê...
Como já falei por aqui, tinha tomado a decisão de mudar de casinha e comecei novamente aquela busca chata e exaustiva por um novo apê (pedi até ao papai do céu para que ele tivesse uma varandinha para os dias de calor, lembram?)...
Pois é, no dia seguinte a esse pedido, fui ver um apartamento no bairro da Glória, aqui no Rio, pertinho do trabalho, da nova pós... Enfim, quando saí do elevador e olhei para a porta da sala, que estava aberta, encarei o Lú e meus olhos não se contiveram de contentamento... lá estava ele, do jeitinho que eu tinha pensado... lindo e perfeito na minha concepção, ideal e com a tão sonhada varandinha...
O único problema é que, em tempos de globalizacão, tudo o que é perfeito e desejado por você, é também perfeito e desejado para mais 1.356.957 outras pessoas... Ou seja, junto comigo e com o Lú tinham mais uns 15 casais, o que implica 15 fichas de interesse e isso significa que todo o romantismo do "encontro com o apê dos sonhos" se transforma num frio e calculado leilão... isso mesmo um leilão, onde quem tem mais, obviamente, leva mais e, resumo da ópera, perdi o apê apesar de ter minha própria renda somada à do Lú, mais os exigidos e preciosos fiadores com imóvel no município do Rio de Janeiro...
No dia em que soube que havia perdido, parecia que meus sonhos e toda a minha fé na vida haviam sido detonados... Lú me encontrou para almocar e eu chorei compulsivamente na mesa do restaurante que nem criança quando fica sem chupeta... e isso, sem nem me importar com os olhares dos curiosos ao redor, com aquele ar de espanto como se sofrimento alheio fosse algo do outro planeta, num mundo onde todos tem a obrigacao de parecer tão felizes no facebook...
Me revoltei, gente, e a revolta foi muito amarga... questionei valores, métodos sociais, nada escapou da minha ira, nem o big brother brasil... Mas, como diz o ditado, "não há mal que sempre dure, nem bem que nunca acabe"... e minha birra passou (a base de muito cafuné do Lú, confesso, mas passou)...
Daí que comecei a pensar de verdade no real sentido disso tudo... e no porque mudar de apartamento se tornou tão imprescindível, se eu já sou tão feliz aqui na minha casinha... Será que estou apenas seguindo um impulso bobo e consumista, ou realmente essa é uma necessidade? A resposta, eu ainda não descobri... Mas a verdade é que ontem passei mais de meia hora antes de dormir agradecendo por todas as coisas boas que tem acontecido na minha vida...
Virada a página, o que posso dizer é que ainda não sei se vou realmente ficar ou se vou realmente mudar, mas o fato mais importante é que a melhor mudanca continua acontecendo dentro de mim...
E para demonstrar todo o afeto e respeito que tenho pela minha casinha, comprei alguns presentinhos para ela... e nós duas, eu e a casinha, ficamos muito felizes com isso... No início dessa semana, quando voltei do trabalho e passei algumas horas sozinha, já que o Lú iria chegar mais tarde, pude sentir um aconchego tão mágico e um bem estar tão intenso, que me deram a certeza de que era ela - a casinha - retribuindo e agradecendo por eu ter repensado melhor toda a situacão...
Os mimos que comprei não são nada demais... um porta retrato, umas flores artificiais, mas que parecem muito reais (me encantaram) e um tapete novo para a sala... Mas isso alegrou meu coração e o ambiente, sendo que toda essa simplicidade, que me fez tão bem, não custou mais que R$ 150,00...
Aí, no porta retrato, fiz questão de colocar uma foto minha e do Lú num momento muito especial... e sabe porquê? Para eu nunca esquecer que se quero construir um ninho, o ingrediente mais importante é o amor... e se ele existe e é verdadeiro, qualquer ambiente, seja pequeno, grande, velho, novo, bonito ou feio poderá se transformar no apartamento dos sonhos, vá por mim...